28 de out. de 2010

NA PRÓXIMA, CRIEMOS AS ALTERNATIVAS

Por Henrique Oliveira
política@blogdacomunicacao.com.br
As eleições se aproximam do final. É chegada a hora de o brasileiro escolher os seus últimos representantes dentre os candidatos que disputam o segundo turno. Depois de uma primeira etapa eleitoral cheia de “tiriricas”, estamos prestes a finalizar as escolhas que irão dar rumo à conturbada vida política nacional. Os últimos anos mostraram que o nosso país, mesmo mais desenvolvido em algumas das suas mais importantes áreas estratégicas – como a economia, por exemplo –, ainda precisa repensar a sua atuação em diversos setores. Temos muito a caminhar na saúde, na segurança pública e, não podemos esquecer, na educação.  
Todos esses desafios são bem conhecidos, porém, outro fator, comumente esquecido na hora da escolha do voto, tem vindo à tona com um pouco mais de força neste último pleito: devemos dar nosso voto apenas àquele político de perfil “obreiro” (aquele que arrota aos quatro ventos a construção de prédios, estradas, viadutos…), ou algo mais é preciso? A lei da ficha limpa teve como ponto muito positivo nos fazer pensar no fato de que as pessoas eleitas para os maiores cargos de confiança da nação – sim, para ser político é preciso ser depositário da confiança popular –  precisam ser mais do que meros executores de tarefas. Eles precisam ter outras dimensões em sua atuação: precisam entender, e muito, os componentes éticos dos cargos que ocupam e, com isso, serem honestos frente àqueles que os elegeram.
É assustador que no Brasil muitas vezes não se pense na vida pregressa ou, mesmo, na postura adotada pelos nem tão ilustres candidatos. Nesse ponto, o primeiro turno foi emblemático. Ele demonstrou que, em muitos Estados, elegeram-se políticos sem uma mínima experiência para ocupar cargos importantes. Elegeram-se muitos “políticos profissionais” – pessoas sem nenhuma experiência administrativa pregressa, dotadas apenas de um claro e absurdo projeto de enriquecimento. Longe de queremos aqui estabelecer uma interpretação “udenista” cheia de vieses morais vazios, o que levantamos nesse texto é a importância do critério ético na hora da escolha democrática de nossos representantes.
Nesse domingo elegeremos o próximo presidente do nosso país. Teremos duas opções maquiadas, cheias de manipulações marqueteiras e com uma postura que dificilmente refletirá a realidade. No entanto, devemos estar cientes de que o nosso voto vai muito mais além do que um investimento numa “empreitada obreira” ou numa “construção de meras imagens”. Além dos prédios e do uso da máquina pública para a geração de dividendos eleitorais, devemos optar pelo candidato que, além de tudo, nos pareça ter uma postura séria e com firmes contornos éticos. Devemos lembrar que estaremos escolhendo aquele (a) que irá representar o bom governo e o desenvolvimento do Brasil nos próximos quatro anos, e essa é uma escolha muito importante.
Tendo a concordar com Simon Schwartzman quando ele afirma que “se passamos do nível do relacionamento pessoal para o funcionamento da sociedade, podemos entender que sociedades organizadas para o bem comum e a obtenção de benefícios de longo prazo necessitam de comportamentos éticos, em que as pessoas podem confiar umas nas outras; enquanto que em sociedades voltadas para a busca de resultados imediatos e de curto prazo, prevalecem os comportamentos predatórios” (citação: http://www.schwartzman.org.br/simon/etica.pdf).
 E o que estamos vendo atualmente, se não uma série de comportamentos que privilegiam o ganho individual ou de um pequeno grupo de pessoas? Escolher entre o “sujo e o mal lavado” (perdoem o chavão) parece ser o que nos restou nesse pleito. Porém, a importância de nos posicionarmos continua crucial. Mais do que nunca o Brasil precisa mostrar a sua indignação, dizendo ao mundo que aqui daremos um basta à bandalheira que, nos contextos tupiniquins, parecem estar ficando assustadoramente comum. 
Outro velho bordão popular ensina que é na eleição que o povo tem realmente prestígio. Que é nesse momento em que ele pode fazer valer seu poder. Então, caros leitores, reajam. Não podemos mais ficar à mercê da falta de opções. Criemos nossas novas caras, nossas novas formas de governo. Talvez, assim, possamos sair da mesmice deturpada que tanto nos faz mal…

Fonte: www.blogdacomunicacao.com.br  -- Vale a pena visitar este blog...

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