Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
Perfumaria Jequiti, Banco PanAmericano, SBT, Lojas do Baú e Liderança Capitalização são as garantias do empréstimo feito com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), conforme a instituição financeira informou por fato relevante na noite de terça-feira. O FGC recolhe dinheiro de todas as instituições financeiras do País para prestar socorro aos usuários do Sistema Financeiro Nacional.
"Seguindo os procedimentos legais, o Banco Central comunicou o fato ao grupo controlador da instituição e determinou a adoção de providências imediatas para regularização da situação patrimonial do banco, tendo o controlador do Banco PanAmericano solicitado prazo para a solução financeira do aporte de capital", esclarece a nota da autarquia.
Silvio Santos, que é o acionista majoritário do PanAmericano, apresentou a proposta de reposição patrimonial no dia 3. E, segundo nota do banco, executou o aporte logo em seguida.
Junto ao empréstimo, o PanAmericano alterou sua diretoria. A Caixa Econômica Federal, detentora de 36,5% do capital do banco, informou que "passará também a compor o conselho de administração, o conselho fiscal e o comitê de auditoria" da instituição do Grupo Silvio Santos.
EMPRÉSTIMO
Segundo o BC, a injeção de dinheiro não conta com ajuda do governo federal. "O FGC já realizou diversas operações financeiras de caráter preventivo com o objetivo de garantir a liquidez do sistema financeiro, a exemplo das medidas por ele adotadas durante a crise econômica de 2008. Não foram usados recursos públicos."
QUESTÕES POLÍTICAS
Questões políticas pautaram a decisão do BC de não intervir no Banco PanAmericano, do empresário Silvio Santos. A fraude de R$ 2,5 bilhões sofrida pelo PanAmericano foi encontrada há mais de cinco semanas por técnicos do BC.
Segundo fonte da autarquia, o governo Lula não quer ser acusado de "ajudar banqueiros" como foi o presidente Fernando Cardoso quando o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro) foi instituído.
A estratégia da equipe econômica de Lula seria trabalhar fora dos holofotes mesmo quando sai em socorro de uma instituição com problemas.
O caso do PanAmericano seria um exemplo disso. Com rombo de R$ 2,5 bilhões, o banco seria candidato natural a intervenção do BC, medida pela qual a autoridade monetária assume o comando e o banqueiro é afastado do controle.
Esse foi o caminho adotado na gestão de FHC, quando houve crise sistêmica no setor bancário brasileiro, que culminou em uma série de bancos sob intervenção. Os mais famosos foram o Econômico, o Banerj e o Banespa.
RISCO
"As operações de crédito e investimentos continuam normalmente, mantendo-se as atuais políticas de crédito. As atividades das lojas e o atendimento ao público também permanecem inalterados", infomou o banco.
SÃO CAETANO
Primeiramente, o nome do banco era Baú Financeira. Porém em 1990, conquistou autorização para atuar como banco múltiplo. A partir daí, iniciou as operações de carteiras de crédito comerciais e até hoje é forte em financiamento de veículos.
Fonte completa: Diário do Grande ABC
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