Sasha, que passou os meses anteriores à trama como estudante de intercâmbio em Omaha, está grávida, depois de uma transa em Pequim. Foi à Califórnia para decidir o que fazer e para encontrar Boshen (Brian Danforth), um ativista norte-americano que, na China, se apaixonou por Yang, o misterioso estudante de ópera que também é o pai da criança da protagonista.
A história, bem como o passeio noturno de Sasha pelo submundo dos imigrantes de San Francisco, no qual faz amizade com prostitutas e pensa na possibilidade de se tornar uma delas, é tema para um melodrama à moda de Theodore Dreiser.
Wang, cineasta muito flexível, cujos filmes variam de produções independentes a comédias de alto orçamento como Maid in Manhattan, com Jennifer Lopez, prefere o naturalismo seco que se tornou a norma estilística do cinema com consciência social, em todo o mundo. Temas como a globalização e a transformação política estão integrados à sua história, e ocasionalmente surgem em forma de diálogos nada convincentes.
Esses momentos de obviedade são compensados por um senso geral de lirismo bruto, e o resultado parece um desses filmes que se dariam bem em festivais, em algum lugar.
Mas The Princess of Nebraska está em cartaz no YouTube (youtube.com/watch?v=rKgbIz6CM_), (não acessível para o Brasil), desde a noite da última sexta-feira.
Pode parecer que a decisão de não lançá-lo em cinema depõe contra a qualidade do filme. Mas o filme já havia sido assistido mais de 140 mil vezes, até a tarde de domingo, o que representa mais audiência do que atrairia no limitado circuito de arte de Nova York e Los Angeles (e o filme não é pior do que os que se pode ver nessas salas).
É difícil determinar se o número de visitas se equipara ao de pessoas que viram o filme todo, mas algumas das reações podem ser lidas nos comentários dosite, desde críticas bem ponderadas a "ISSO NÃO TEM NADA A VER COM O NEBRASKA".
O lançamento do filme de um cineasta conhecido pelo YouTube é um truque de marketing ou sinal do futuro? Um pouco de ambos, provavelmente.
Não se sabe como um filme distribuído de graça na Internet cobriria seu investimento, mas a experiência não é ruim para o espectador. Wang filmou em planos largos, e se o filme for assistido em tela cheia e em vídeo de alta qualidade, é possível apreciar as qualidades visuais do trabalho, enfatizadas pela incorporação de imagens capturadas pela câmera do celular de Sasha.
Mesmo com um monitor grande e boas caixas de som ou fones, não será a mesma coisa que ir ao cinema, mas o filme pode se beneficiar disso, porque menos gente o assistiria se tivesse de pagar ingresso.
Ficha Técnica
The Princess of Nebraska
Em cartaz no YouTube.com
Dirigido por Wayne Wang; roteiro (em inglês e mandarim) de Michael Ray, baseado no conto de Yiyun Li; direção de câmera e co-direção de Richard Wong; edição de Deirdre Slevin; produção de Yukie Kito e Donald Young; produção executiva de Yasushi Kontani, Taizo Son e Stephen Gong.
Duração: 77 minutos Com: Ling Li (Sasha), Pamelyn Chee (X), Brian Danforth (Boshen) e Patrice Lukulu Binaisa (James). O filme não tem classificação de censura.
The Princess of Nebraska
Em cartaz no YouTube.com
Dirigido por Wayne Wang; roteiro (em inglês e mandarim) de Michael Ray, baseado no conto de Yiyun Li; direção de câmera e co-direção de Richard Wong; edição de Deirdre Slevin; produção de Yukie Kito e Donald Young; produção executiva de Yasushi Kontani, Taizo Son e Stephen Gong.
Duração: 77 minutos Com: Ling Li (Sasha), Pamelyn Chee (X), Brian Danforth (Boshen) e Patrice Lukulu Binaisa (James). O filme não tem classificação de censura.
The New York Times
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