23 de jan. de 2012

Jacarés já foram vistos em balneários, rios e até na Lagoa do Peri, em Florianópolis

Banhistas não devem se aproximar do animal, especialmente no verão, época em que se reproduz.


Se você estiver mergulhando na Lagoa do Peri, Sul da Ilha de Santa Catarina, e de repente encontrar dois olhos arregalados num corpo cinza escuro e queixo amarelo, não se aproxime ou saia correndo.

Se afaste com calma e prepare a câmera para registrar um verdadeiro Caiman latirostris. Mais conhecido como jacaré-de-papo-amarelo, este animal silvestre é comum em rios, manguezais, banhados, lagoas e restingas de Florianópolis.

Na Lagoa do Peri, ao Sul da cidade, esta espécie não é só lenda para evitar a presença de visitantes, como dizem moradores. O carpinteiro Paulo Roldão, 52 anos, garante que viu um jacaré no canto esquerdo da lagoa, onde o movimento é menor do que na entrada principal, pela rodovia SC-405. Foi em fevereiro do ano passado. Paulo estava pescando tilápia e carazinho na beira da água quando enxergou um exemplar de cerca de um metro e vinte centímetros.

— Entramos na boquinha da tarde para dar um pescadinha e ele estava lá, descansando no ninho embaixo do maricá (árvore) — contou Paulo.

O carpinteiro disse que o jacaré amontoa arbustos secos e coloca os ovos no meio.

— Dá medo no verão, época de acasalamento. Eles só atacam quando estão chocando. Fora disso, eles correm, tem medo — disse o carpinteiro.

Paulo conta que semana passada viu um jacaré na praia do Pântano do Sul, perto de uma vala. Mas disse que é difícil encontrar o animal na Lagoa do Peri por causa do grande movimento de carros.

Polícia não capturou nenhum

A Polícia Ambiental tem conhecimento de jacarés na região, mas não tem registros de captura no local. Quando há capturas, o animal é encaminhado para a Estação Ecológica de Carijós, em Jurerê, Norte da Ilha de SC.

— Lá é o habitat natural deles, tem água e peixe para se alimentarem — observou o policial ambiental da base do Rio Vermelho, cabo Pinheiro.

— Mas também é possível encontrá-los no Rio Tavares, Daniela e Ponta das Canas.

O policial diz que os banhistas não devem se aproximar do animal, especialmente no verão, época em que se reproduz. O jacaré pode se sentir acuado e, por instinto, atacar. Ele recomenda que a pessoa se afaste devagar e não corra, pois o jacaré pode encarar o movimento brusco como ameaça.

Bem diferente do que fez a recepcionista Márcia Brum, 28 anos. Ela mora perto da Lagoa do Peri e já ouviu muita gente contar que ali tem jacaré.

— Toda vez que vou mergulhar e sinto um galhinho encostando na perna, saio correndo, pensando que é jacaré.


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