23 de jan. de 2012

Pai e filho trabalham para manter limpa a praia do Sambaqui, em Florianópolis

Depois de anos na região, eles já não se surpreendem com a falta de educação dos banhistas.


De segunda a sábado a praia do Sambaqui em Florianópolis, conta com dois aliados essenciais para a sua preservação. Reginaldo Santos e Valdemir Santos são os encarregados de manter limpa a orla da praia na região, desde o começo do Sambaqui até a praia do Toló. Pai e filho, eles passam o dia desfazendo os maus atos de quem não teve o bom senso de jogar o lixo em seu lugar.

— É bom porque a gente tem mais contato do que quando eu trabalhava em outra empresa. Isso nos aproximou — garante Valdemir. Funcionário da Comcap desde 2008, ele passou a trabalhar com seu pai que faz a limpeza da região há mais de uma década. Desde 2000, Reginaldo vê a quantidade de lixo jogada no local aumentar mais e mais.

— Cada ano vêm mais gente para cá e quanto mais gente, mais lixo elas deixam para trás — afirma.

Os que mais produzem lixo, segundo os funcionários da Comcap, só os que vêm para a praia para fazer churrasco.

— Esses deixam tudo que é tipo de coisa para trás. Garrafa PET, papel laminado, embalagem de sorvete, tudo eles jogam no chão. Até as pedras do canto da praia, que eles pegam para usar como churrasqueira e não devolvem onde pegaram, nós é que temos que pegar pedra por pedra e tirar do meio do caminho — diz Reginaldo.

Os dois estão tão acostumados com o fato de que os banhistas deixam lixo na praia, que nem cogitam a possibilidade de que cada um trouxesse um saquinho plástico consigo para levar o lixo embora no fim do dia.

— Ah, mas eles não fazem isso! De jeito nenhum. Banhista deixa lixo e isso é assim mesmo. — resigna-se Valdemir.

Ali ao lado o pessoal do Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina trabalha no desenvolvimento de técnicas para produção de vieiras, polvos e ostras. O projeto pioneiro no Brasil, que incrementa a renda da região e é orgulho tanto para os pesquisadores como para os moradores de Florianópolis, depende exatamente da água limpa para existir. Os moluscos são muito sensíveis, se a água não for super limpa, eles morrem. A existência do projeto na região atesta que, por enquanto, a limpeza constante da região ainda é capaz de manter a praia relativamente limpa. Mas como disse Valdemir, a quantidade de lixo na praia aumenta a cada verão.

Domingo é o dia em que mais se acumula sujeira na praia. Como o pessoal da Comcap está de folga e o número de banhistas é grande, a praia amanhece coberta de sujeira toda segunda-feira. São tantos para sujar e só dois para limpar.

Funcionários públicos sem acesso a sanitário

Além de tudo, os dois funcionários públicos passam o dia sem ter um banheiro para usar.

- A Prefeitura coloca banheiros aqui no carnaval, mas nós trabalhamos aqui o ano inteiro sem ter um banheiro para usar. Isso atrapalha a nossa condição de trabalho - destaca Reginaldo.

Fonte:  diariocatarinense.clicrbs.com.br

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